Religiões e tipos de sociedades
As ciências da religião tentam dividir as religiões em três categorias, que de certa forma coincidem com três tipos distintos de sociedade.
Religiões primais
São aquelas que os estudiosos costumavam chamar de “religiões primitivas” e que se encontram, ou se encontravam, em culturas ágrafas, entre os povos tribais da África, Ásia, América do Norte e do Sul e Polinésia. A marca mais característica dessas religiões é a crença numa miríade de forças, deuses e espíritos que controlam a vida cotidiana. O culto aos antepassados e os ritos de passagem desempenham um papel importante. A comunidade religiosa não se separa da vida social, e o sacerdócio normalmente é sinônimo de liderança política da tribo.
Religiões nacionais
Estas incluem grande número de religiões históricas que não são mais praticadas: germânica, grega, egípcia e assírio-babilônica. Hoje podemos encontrar vestígios delas, por exemplo, no xintoísmo japonês.
É típico das religiões nacionais adotar o politeísmo, uma série de deuses organizados num sistema de hierarquia e funções especializadas. Elas têm também um sacerdócio permanente, encarregado dos deveres rituais em templos construídos para esse fim. Há sempre uma mitologia bem desenvolvida, o culto sacrificial é básico, e os deuses é que escolhem o líder da nação (monarquia sacra).
Religiões mundiais
As religiões mundiais pretendem ter uma validade mundial, ou, em outras palavras, uma validade para todas as pessoas. São para todos. São conhecidas também como religiões universais.
A principal característica das religiões universais surgidas no Oriente Médio é o monoteísmo: elas têm um só Deus. Dá-se grande peso à relação do indivíduo com Deus e à sua salvação. O papel do sacrifício é bem menos proeminente nelas do que nas religiões nacionais, ao passo que o da oração e da meditação é mais importante. As religiões universais foram criadas por profetas fundadores cujos nomes são conhecidos: Moisés, Buda, Lao-Tse, Jesus, Maomé.
Os limites entre esses três tipos de religião são fluidos. As religiões nacionais muitas vezes constituem evoluções que acompanharam o desenvolvimento geral da sociedade (ao passar de uma sociedade tribal para um Estado nacional). Assim também, certas religiões mundiais emergiram de religiões nacionais, como um protesto contra determinados aspectos de seu culto e de suas concepções religiosas.