A religião sempre teve um aspecto intelectual. O crente tem ideias bem definidas sobre como a humanidade e o mundo vieram a existir, sobre a divindade e o sentido da vida. Esse é o repertório de ideias da religião, que se expressam por cerimônias religiosas (ritos) e pela arte, mas em primeiro lugar pela linguagem. Tais expressões lingüísticas podem ser escrituras sagradas, credos, doutrinas ou mitos.
Mitos
Um mito é uma história que geralmente acompanha um rito. O rito com frequência reitera um ato em que o mito se baseia.
Assim, o mito religioso tem um significado mais profundo do que a lenda e os contos folclóricos. O mito procura explicar alguma coisa. E uma resposta metafórica para as questões fundamentais: de onde viemos e para onde vamos? Por que estamos vivos e por que morremos? Como foi que a humanidade e o mundo passaram a existir? Quais são as forças que controlam o desenvolvimento do mundo?
Muitas vezes os mitos elucidam algo que aconteceu no princípio dos tempos, quando o mundo ainda era jovem. Por exemplo, a maioria das religiões tem seus mitos de criação, que explicam como o mundo surgiu. O objetivo principal deles não é revelar fatos históricos. A essência do mito é oferecer às pessoas uma explicação geral da existência.
Os conceitos religiosos, que também encontram sua expressão em mitos, podem ser divididos, de modo geral, em três tipos: conceitos sobre um deus ou vários deuses, conceitos sobre o mundo e conceitos sobre o homem.