Conceito de homem: criação, morte e relação com o divino

A criação do homem

A maioria das religiões acredita que o homem foi criado por Deus, que suas origens são divinas. Nesse contexto, com frequência se fala da alma do homem, termo que tem conotações diferentes em culturas diferentes.

Costuma-se apresentar a alma em contraste com o corpo, e muitas religiões mostram um dualismo (a convicção de que algo é dividido em dois), ensinando que o corpo é temporal, e a alma, divina. Um conceito diz que a alma desce de um mundo superior e passa a habitar um corpo. Aí ela se sente trancada, aprisionada pela matéria, e anseia por retornar a suas origens etéreas.

Na história que o Antigo Testamento conta, a saber, que Deus criou o homem do barro e soprou a vida em suas narinas, encontramos outro conceito: na antiga tradição judaica, o homem é visto como um todo; corpo e alma estão intimamente ligados, e ambos são obra de Deus.

Morte do homem

Assim como as origens do homem requerem uma explicação, a maioria das pessoas se preocupa em saber o que acontecerá com elas quando morrerem.

As sepulturas dos vikings, nas quais os mortos eram enterrados com armas, ornamentos e comida, mostram que a ideia da vida após a morte não é nova.

Em várias sociedades, os mortos continuam existindo sob a forma de espíritos ancestrais, em íntima proximidade com os vivos. Eles oferecem aos vivos segurança e proteção, e em troca exigem que se façam sacrifícios em seus túmulos. Quando se pergunta o que continua vivo, obtêm-se diversas respostas.

Em geral, diz-se que é algo chamado de alma, mas em muitas tribos africanas não existe a divisão corpo e alma. Mesmo no cristianismo, a “vida eterna” não é associada a uma “alma eterna”.

O cristianismo fala num “corpo espiritual”, porém isso serve para enfatizar a ideia de que o homem, após a ressurreição, não se tornará um espírito indefinido.

As religiões costumam ter ideas diferentes sobre a salvação. Algumas crêem que o homem pode ser salvo por um poder divino, ao passo que outras afirmam que ele deve resgatar a si mesmo — e para isso indicam uma variedade de métodos.

O conceito de transmigração ocupa uma posição única. Os hinduístas acreditam que a alma se liga a este mundo pelos pensamentos, pelas palavras e ações humanas, e que quando um indivíduo morre, sua alma passa para o corpo de outra pessoa ou de um animal. Portanto, a alma está presa nesse eterno ciclo, até que venha a salvação.

Relação do homem com o divino

No islã e no judaísmo o homem cumpre suas obrigações religiosas se submetendo aos mandamentos de Deus; nas religiões africanas e indianas, seguindo as regras tribais estabelecidas pelos ancestrais, e na religião chinesa, alcançando uma harmonia, ou uma consonância, com as forças básicas da existência, yin e yang.

Em certas religiões, sobretudo na Índia, um dos objetivos é atingir a união com a divindade. Para os gregos antigos isso seria o equivalente a uma blasfêmia, um sacrilégio. Romper as barreiras que separam o humano do divino era algo conhecido como hybris (arrogância). Uma idéia semelhante se expressa na história do Antigo Testamento sobre a queda do homem. A harmonia original do homem com Deus foi destruída porque o homem tentou imitá-lo.

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