Buda e o nirvana

As ideias fundamentais de Buda e ram profundamente pessimistas. Tudo o que existe no mundo é sem autonomia, transitório, e, em consequência, pleno de sofrimento. Assim, ele não via esperança enquanto o homem estivesse preso nesse ciclo. Contudo, existe algo eterno, algo fora do sofrimento. O budista chama a isso de nirvana. Essa palavra significa, na verdade, “apagar”, uma referência ao fato de que o desejo “se extingue” quando se atinge o nirvana. A imagem representa o desejo como uma chama que se apaga quando o combustível termina — o combustível é a luxúria humana, o ódio e a ilusão.

As descrições do nirvana em textos budistas costumam ser expressas em termos negativos. Uma vez que o nirvana é o oposto direto do ciclo do renascimento, uma vez que ele não pode ser comparado a nada em nossa vida diária, só é possível dizer o que o nirvana não é. Poucos textos budistas, porém, descrevem o nirvana em termos positivos. 

Uma condição para alcançar o nirvana é que o budista encontre a iluminação (bodhi), tal como ocorreu com Buda. Logo, as boas obras por si sós não bastam para o nirvana. Entretanto, um estilo de vida irreprochável pode levar a bons renascimentos, que mais tarde poderão possibilitar o encontro da iluminação. Buda, segundo se conta, nasceu 547 vezes antes de finalmente chegar lá.

Um estado em que todo o carma já foi esgotado e a lei do renascimento foi rompida — é isso que o nirvana descreve. Assim, o nirvana é uma condição que se pode experimentar aqui e agora.

O nirvana final, que a pessoa atinge quando morre, é irreversível. Por vezes ele é designado no budismo por um termo especial, parinir-vana, isto é, “extinção absoluta”, ou “extinção última”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima