Um conceito chave na filosofia dos Upanishads é que o homem tem uma alma imortal. “Ela não envelhece quando você envelhece, ela não morre quando você morre.”
Um hinduísta acredita que, depois da morte de um indivíduo, sua alma renasce numa nova criatura vivente. Pode renascer numa casta mais alta ou mais baixa, ou pode passar a habitar um animal.
Há uma ordem inexorável nesse ciclo que vai de uma existência a outra. O impulso por trás dela, ou que a mantém sempre em movimento, é o karma do homem.
A ideia de que todas as ações têm consequências — e de que essas consequências podem aparecer depois da morte — não é, de modo algum, peculiar ao hinduísmo. Aqui, a originalidade está no conceito de que todas as ações de uma vida, e somente elas, formam a base para a próxima. Assim, o carma não é uma punição pelas más ações ou uma recompensa pelas boas. O carma é uma constante impessoal — como uma lei natural.
O hinduísmo não reconhece nenhum “destino cego” nem divina providência. A responsabilidade pela vida do hinduísta no dia de hoje — e por sua próxima encarnação — será sempre dele. O homem colhe aquilo que semeou. Os resultados das ações — ou frutos de uma vida — derivam dessas ações automaticamente.
O que a pessoa experimenta nesta vida em termos de riqueza ou pobreza, alegria ou tristeza, saúde ou doença, é resultado de suas ações numa vida anterior. É desse modo que os hinduístas explicam as diferenças entre as pessoas. A doutrina do carma dá sustentação a um esquema de relações sociais como o sistema de castas.
Embora a pessoa deva se submeter ao carma que herdou de uma vida anterior, ela também exerce o livre-arbítrio no âmbito de sua existência atual. Portanto, o indivíduo sempre pode melhorar seu carma, e assim lançar as fundações para uma vida melhor na próxima encarnação.