Budismo

O budismo se originou na Índia e sob esse; por esse aspecto, pode ser considerado uma religião indiana. Mas pouco resta do budismo na Índia de hoje; ele é mais difundido no Sri Lanka e no Sudeste da Ásia. Entretanto, o budismo também tem uma longa e importante história na China, na Coréia e no Japão. Excluindo a China, estima-se que quase 200 milhões de pessoas professam a fé budista.

O fundador do budismo foi o filho de um rajá, príncipe Sidarta Gautama (560-480 a.C.), que viveu no Nordeste da Índia e cresceu no seio da fortuna e do luxo 

O rajá ouvira uma profecia de que seu filho ou se tornaria um poderoso governante ou tomaria o caminho oposto e abandonaria o mundo por completo. Esta última opção aconteceria se lhe fosse permitido testemunhar as carências e o sofrimento do mundo. Para evitar que isso ocorresse, o rajá tentou proteger o filho contra o mundo que ficava além das muralhas do palácio. Ainda jovem, Sidarta se casou com sua prima e mantinha também um harém de lindas dançarinas. 

Estatua de Buda, fundador do budismo. Buda dificilmente gostaria do culto `a sua imagem como ocorre nos tempos atuais
O budismo foi fundado pelo príncipe Sidarta Gautama, o Buda, que dificilmente gostaria do culto `a sua imagem como ocorre nos tempos atuais

Aos 29 anos Sidarta experimentou algo que haveria de ser o ponto crucial de sua vida. Apesar da proibição do pai, ele se arriscou a sair do palácio e viu, pela primeira vez, um velho, um homem doente e um cadáver em decomposição. Entretanto, depois dessas impressões desanimadoras, avistou um asceta com a expressão radiante de alegria. Percebeu então que uma vida de riqueza e prazer é uma existência vazia e sem sentido. E se perguntou: haverá alguma coisa que transcenda a velhice, a doença e a morte? Sidarta também se sentiu tomado por uma grande compaixão pela humanidade e um chamado para livrá-la do sofrimento. Imerso em pensamentos, voltou ao palácio e na mesma noite renunciou à sua agradável vida de príncipe. Sem se despedir, abandonou esposa e filho, e partiu para uma vida de andarilho.

Aspectos chaves do budismo

Quando o Buda alcançou a iluminação depois de sua meditação, o deus Brahma foi até ele e lhe pediu que levasse seus ensinamentos para outras pessoas. Buda decidiu se tornar guia do ser humano. 

Essa atitude serve de exemplo para outros budistas, pois a vida de Buda é um ideal que os exorta a se comportar eticamente. A compaixão e o amor são centrais na ética budista. Não só as ações, mas também os sentimentos e afetos são importantes. A caridade que fazemos não apenas afeta os outros, mas contribui para enobrecer nosso próprio caráter.

Tendências atuais no budismo

Em épocas recentes, e em especial desde a última guerra mundial, o budismo passou por um reavivamento, sobretudo entre os budistas com mais treino filosófico. Aspectos importantes desse reavivamento são o trabalho pela unidade do budismo, maior empenho missionário e maior atividade social.

Diversos concílios mundiais budistas tentaram iniciar uma cooperação budista internacional. Isso inclui um esforço para se obter maior unanimidade de doutrina entre as várias seitas budistas. Os concílios passam a desempenhar, assim, um papel semelhante ao do Conselho Mundial de Igrejas dentro da religião cristã.

Outro aspecto desse reavivamento budista é a atividade missionária, que começou também no Ocidente. Hoje há milhares de budistas nas Américas e na Europa Ocidental, e várias capitais têm centros missionários. Por outro lado, o budismo perdeu terreno em países da Ásia depois da Segunda Guerra Mundial, sobretudo em razão da ascensão do comunismo.

Houve ainda uma grande mudança no terreno ético. O ideal budista original era trabalhar por sua própria salvação se valendo da meditação, algo que pouco incentiva a atividade social. Mas o budismo também realça a abnegação de si e a caridade, o que tem levado a uma participação ativa nas questões sociais e políticas contemporâneas.

Rolar para cima