A difusão do cristianismo e as muitas comunidades religiosas

Os doze apóstolos formaram o núcleo do novo reino de Deus que estava para vir. Pedro foi a figura principal entre eles. Outra figura importante foi Tiago, irmão de Jesus.

A primeira congregação cristã foi constituída por judeus. Eles obedeciam à Lei de Moisés, participavam dos serviços no Templo e na sinagoga, e de um modo geral viviam como judeus piedosos. Sua crença de que Jesus de Nazaré era o prometido Messias os diferenciava dos outros judeus. Eles foram considerados uma seita judaica separada e chamados de nazarenos, para se distinguirem dos saduceus e fariseus. No início não havia um grande abismo entre o cristianismo e o judaísmo.

De importância decisiva para a contínua difusão do cristianismo foi a conversão do fariseu Saulo (Paulo), por volta de 32 d.C. Não é exagero dizer que os muitos anos de ministério de Paulo transformaram o cristianismo numa religião mundial. Sua contribuição se deu em dois níveis: em primeiro lugar, ele viajou intensamente pelo mundo greco-romano e proclamou o evangelho de Cristo entre os não judeus. Em segundo lugar, estabeleceu as fundações da teologia cristã em suas várias epístolas às novas igrejas. Nas epístolas de Paulo o cristianismo é tratado como uma religião independente, e Jesus Cristo, como o salvador de todos os humanos.

Uma questão fundamental na Igreja primitiva foi a relação entre os cristãos judeus e os cristãos gentios (cristãos não judeus). Estariam os cristãos gentios sujeitos a Lei de Moisés? Deveriam eles, por exemplo, ser circuncidados antes de se tornar cristãos? Nas primeiras décadas após a morte de Cristo, muitos líderes cristãos de Jerusalém, incluindo o irmão de Jesus, Tiago, acreditavam que sim. Paulo, porém, tinha um ponto de vista diferente. Ele viajara entre os “gentios” e vira como eles adotavam a fé de Cristo sem ter um conhecimento íntimo do judaísmo.

Cristianismo – muitas comunidades religiosas

O cristianismo hoje está dividido em muitas comunidades eclesiásticas, com diferentes organizações, doutrinas, ordens e atitudes sociais.

Podemos dizer que a Igreja permaneceu única e indivisa até 1054, quando se dividiu em duas, católica romana e ortodoxa.

No século XVI ocorreu a Reforma protestante, quando diversas comunidades da Igreja se levantaram em protesto contra certos aspectos da doutrina e da prática da Igreja católica. Foram elas a Igreja anglicana, a reformada e a luterana.

Depois disso surgiram novas igrejas, destacando diferentes aspectos do evangelho cristão. Estas incluíam: os calvinistas, os presbiterianos, os metodistas, os batistas, os quakers (ou quacres), os pietistas etc.

Como a Bíblia não contém nenhum princípio claro de orientação sobre a organização eclesiástica, cada comunidade da Igreja escolheu uma forma própria de se organizar. Há igrejas que dão uma ênfase particular à instituição em si; outras consideram mais importante a comunhão dos indivíduos que compartilham experiências religiosas uniformes e opiniões semelhantes sobre questões morais e religiosas.

Essa multiplicidade de formas surge, em parte, de visões distintas a respeito de alguns aspectos da mensagem da Bíblia e, em parte, das condições históricas e culturais nas quais elas foram constituídas. Do mesmo modo, condições étnicas, psicológicas, sociológicas e geográficas desempenharam um papel nas cisões da Igreja.

Apesar de todos os contrastes, porém, a maioria das comunidades cristas têm um fundamento comum, que é a Bíblia. Além disso, a maioria aceita um, ou mais, dos credos que foram formulados nos antigos sínodos, o Credo niceno, o Credo atanasiano e o Credo dos apóstolos.

As formas de categorizar as Igrejas

Hoje há três ramos principais na Igreja, cada um concentrado numa área geográfica diferente. Primeiro, a Igreja católica romana, que é majoritária no Sul da Europa e na América Latina, e tem grandes minorias nos Estados Unidos e na África; em seguida vem a Igreja ortodoxa, centrada na Grécia e na Europa Oriental, e por fim as igrejas protestantes, localizadas sobretudo no Norte da Europa, nos Estados Unidos e na Austrália.

Com base na doutrina das diversas igrejas acerca de questões religiosas fundamentais, podemos categorizar as diferentes comunidades cristãs ou confissões: Podemos discernir duas alas: uma tradicional e rica em formalidade, e outra que dispensou ou perdeu grande parte de suas tradições eclesiásticas antigas ou medievais. Podemos chamá-las de ala católica e ala protestante. A Igreja católica romana fica no extremo de uma ala, enquanto os batistas ficam na extremidade da outra. Entre as duas estão o anglicanismo, o luteranismo e o metodismo.

Outro tipo de categorização baseia-se no significado do batismo. Uma Igreja que baseia a admissão de seus membros no batismo de crianças é intrinsecamente aberta e inclusiva. Ela deseja abranger a todos, e tem sacramentos, clérigos e serviços divinos que são caracterizados em maior ou menor grau pela liturgia. As igrejas que não praticam o batismo de crianças são por natureza excludentes e se destinam apenas aos que creem. Tornar-se membro delas depende de uma filiação voluntária e, com frequência, de um ato de confissão, do batismo na idade adulta ou de um testemunho pessoal. Uma Igreja desse tipo geralmente não tem sacramentos nem sacerdócio.

Uma terceira maneira de categorizas as igrejas fundamenta naquilo que cadaIgreja mais enfatiza, por exemplo, a organização {constituição da Igreja), a doutrina, os serviços divinos. O luteranismo é particularmente pegado à doutrina, a Igreja católica romana destaca a constituição a Igreja, ao passo que o serviço litúrgico é o ponto focal da Igreja ortodoxa.



Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima