O Novo Testamento é pródigo em títulos para Jesus. Títulos que se originam no judaísmo e na história de Israel, mas encontram um novo significado no cristianismo.
O Messias
A palavra Messias significa, na verdade, “o ungido”, uma referência à maneira como o rei de Israel era ungido com óleos ao subir ao trono. Portanto, essa palavra inicialmente era um título majestático. Depois da época dos reis Davi e Salomão, Israel entrou em declínio, mas os judeus continuaram a acreditar e a ter esperança de que algum dia haveria de chegar um novo Messias, um novo rei da linhagem de Davi.
A tradução grega da palavra Messias é Christos. Assim, originalmente o nome Jesus Cristo é um reconhecimento de que Jesus é o prometido Messias. Embora, segundo os evangelhos, em várias ocasiões Jesus tenha admitido ser o Messias, há provas de que ele não usava esse título para falar de si mesmo. Ainda que possa ter aparecido como Messias para seus discípulos, é muito pouco provável que tivesse se referido a si mesmo dessa maneira em público, decerto porque não queria ser visto como o libertador político de seu país.
O filho do homem
O título usado com mais frequência por Jesus era Filho do Homem. Esse título também é tomado do Antigo Testamento, onde se referia ao salvador que os judeus esperavam que fosse enviado por Deus. O Filho do Homem era uma figura celestial que haveria de chegar “envolto em nuvens do céu” para salvar os justos. O fato de que Jesus chamasse a si mesmo de Filho do Homem indica que ele se considerava um ser divino.
Segundo os evangelhos, Jesus relacionava a ideia de Filho do Homem com as profecias de Isaías sobre o “servo sofredor”, que ao assumir o sofrimento para si, haveria de restaurar o relacionamento deteriorado entre Javé e seu povo.
O filho de Deus
Em diversos trechos do Novo Testamento Jesus é chamado de Filho de Deus. A maneira exata como Jesus considerava esse relacionamento filial é um tópico muito discutido. Mas, decerto, tudo indica que Jesus acreditava ter uma associação especial com Deus. Seu uso da palavra hebraica aba, ou “pai”, não tem paralelo nos círculos judaicos na época de Jesus.
Jesus se refere a si mesmo como Filho, ou Filho de Deus, em particular no Evangelho de São João. É bem claro que aqui esse nome tenciona conotar a unidade entre Jesus e Deus. Numa passagem Jesus se expressa deste modo: “Eu e o Pai somos um” (João 10,30). A ideia é que Jesus foi enviado ao mundo para revelar Deus aos homens:
“Quem me vê, vê o Pai” (João 14,9).