A providência divina

O cristianismo divulgou pelo mundo afora a crença na providência. Os cristãos assumiram a antiga crença judaica, expressa na Bíblia, de que Deus segue envolvido em sua obra da criação, dando continuidade a ela.

Deus, provedor e criador

É fundamental para o cristianismo a ideia de que Deus sustenta o mundo. Se ele tivesse “se retirado” após a criação, tudo teria entrado em colapso. O Deus cristão é o senhor da história, conduzindo o mundo até sua redenção.

Os cristãos expressam sua gratidão a Deus com tanta frequência precisamente porque, entre outros motivos, eles experimentaram em suas vidas o cuidado amoroso de Deus e sua mão orientadora. Mas experimentar o amor de Deus depende da boa vontade do indivíduo de permitir que a vontade de Deus seja feita em sua vida. Assim, Jesus ensinou os discípulos a orar: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”. Com isso ele queria dizer que a vontade de Deus não prevalece automaticamente neste mundo.

Jesus exortava as pessoas a dependerem do cuidado divino, o que não significa que devemos nos eximir de nossas responsabilidades e deveres para com os outros ou para com a comunidade em que vivemos. Deus criou o homem para ser seu colaborador, seu companheiro na criação, seu co-criador.

A Bíblia também ensina que a obra sistemática de Deus todo poderoso é conduzida numa espécie de campo de batalha com as forças que se opõem a ela. O reino de Deus em plenitude está em algum lugar do futuro. Ele virá algum dia, quando Deus intervier radicalmente. No entanto, mesmo agora os movimentos de Deus são aparentes, tanto em assuntos específicos como, pelo mundo afora, no sentido mais amplo.

Mais ainda, o cristianismo afirma que o cuidado de Deus pela criação é universal. Ele não se limita, por exemplo, a certos grupos seletos de pessoas. Ele se importa com todas as pessoas em igual medida.

O ser humano como colaborador de Deus – o que é muito esquecido

Há um curto versículo da Bíblia que por vezes é chamado de “tarefa cultural” (Gênesis 1,28). Nele Deus abençoa os primeiros seres humanos e diz:

Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a; dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que rastejam sobre a terra”.

Falhamos em dividir e alocar os benefícios materiais internacionalmente. A distribuição desigual dos recursos globais não só rompe nossa responsabilidade administrativa, como vai contra a prescrição cristã da caridade. O homem foi criado para ser o ajudante de Deus; mas depois de se recusar a trabalhar com ele, tornou-se adversário e inimigo de Deus e de seu plano para a raça humana.

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