Numa sinagoga não há imagens religiosas nem objetos no altar, pois as imagens são proibidas (é o segundo mandamento). O ponto focal de uma sinagoga judaica é, pois, a Arca, uma espécie de armário que fica na parede oriental, na direção de Jerusalém. Ali se guardam os rolos da Torá, escritos em pergaminho. Como sinal de respeito, esses rolos costumam ser envoltos numa capa de seda, veludo ou outro material nobre, e decorados com sinos, uma coroa e um escudo de metal precioso. Mantém-se sempre uma lâmpada ardente diante da Arca.
No serviço da sinagoga das manhãs de sábado há um grande cerimonial em torno da leitura da Torá. Abre-se a Arca, e os rolos são levados ao redor da sinagoga até o altar. Ali se lê um trecho do texto em hebraico. A leitura da Torá também é feita às segundas e quintas-feiras; desse modo, no decurso de um ano se lê o cânone inteiro.
Além da leitura da Torá, o serviço contém orações, salmos e bênçãos, todos contidos num livro especial chamado Sidur. A oração mais importante são as Dezoito Bênçãos, que tem mais de 2 mil anos. Outro foco importante é o credo, o Shemá.
Um cantor sacro, membro leigo da congregação, dirige o serviço. No entanto, o sermão e o ensino da Lei são responsabilidade do rabino, sempre um homem instruído e de alta escolaridade, que cada congregação nomeia separadamente.
Os serviços da sinagoga podem ser realizados diariamente, três vezes por dia, contanto que dez homens adultos estejam presentes. O status de adulto é concedido pela cerimônia do Bar Mitsvá, quando o menino faz treze anos. As mulheres não desempenham parte ativa no serviço e são segregadas nas congregações ortodoxas, ficando em geral numa galeria separada, juntamente com as crianças.
As três orações diárias também são ditas em casa. A religião ocupa lugar de relevo num lar judaico, e aí as mulheres assumem um papel ativo, particularmente no Shabat (sábado) e nas grandes festas.
O Shabat dura desde o pôr-do-sol de sexta-feira até o pôr do sol de sábado. A base para a observância do Shabat se encontra na história da criação do mundo: no sétimo dia Deus descansou. Por isso, o homem também deve descansar nesse dia.
A esposa, que sempre foi um fator decisivo na preservação dos costumes judaicos, abençoa e acende as velas do Shabat na mesa já posta. O marido abençoa o vinho e corta o pão especial do Shabat. A participação no jantar de Shabat é sagrada e tem grande importância para a união da família judaica.