Em várias ocasiões os judeus assumiram um papel de liderança nos países onde se estabeleceram. A cultura judaica conheceu um apogeu na Espanha dos séculos XII e XIII. Aí um de seus maiores filósofos foi o rabino Moisés ben Maimón (Maimônides), que escreveu várias obras e resumiu os ensinamentos judaicos nos Treze princípios da fé judaica. Nesse país floresceu também o misticismo judaico, a cabala (ou “tradição”).
Contudo, desde a Baixa Idade Média até hoje os judeus vêm sofrendo perseguições. Em diversos períodos a sociedade cristã os acusou pelo assassinato de Jesus e considerou o destino desse povo uma punição. Os judeus foram deportados da Inglaterra e da França nos séculos XIII e XIV; na Espanha, começaram a ser perseguidos no século XV e acabaram expulsos em 1492. Na Noruega, uma lei aprovada em 1687 negava a qualquer judeu o acesso ao país sem permissão especial, e a Constituição norueguesa de 1814 conservou esse embargo. A “cláusula judaica” só foi anulada em 1851.
Sem dúvida, a pior de todas as perseguições sofridas pelos judeus ocorreu na Alemanha entre 1933 e 1945. Acredita-se que 6 milhões de judeus foram exterminados durante o regime nazista.
Mesmo nos períodos em que não havia perseguição direta, com frequência os judeus eram tratados como párias sociais. Eles eram forçados a adotar nomes facilmente reconhecíveis e a morar em áreas especiais da cidade, os chamados guetos. Numa época em que a agricultura consistia no meio mais comum de subsistência, era-lhes proibido possuir terras, o que os impeliu a se destacar no comércio.
Diferentemente dos muçulmanos e dos católicos, sua religião lhes permitia ganhar juros emprestando dinheiro, e muitos deles se tornaram importantes banqueiros.
Os judeus vinham tendo uma participação proeminente na vida cultural da Europa Central, como artistas, cineastas, escritores e cientistas. Também havia jornais e livros, filmes e peças de teatro que circulavam em iídiche, língua semelhante ao alemão mas escrita com caracteres hebraicos, falada por muitos judeus.