Conceitos sobre um deus ou vários deuses

Monoteísmo

A crença que prevalece na maioria das grandes religiões ocidentais é o monoteísmo, isto é, a convicção de que existe um só deus. Há exemplos em muitas religiões de que o monoteísmo nasceu como reação à adoração de vários deuses (politeísmo).

Monolatria

A monolatria é uma crença situada a meio caminho entre o politeísmo e o monoteísmo. Implica a adoração de um único deus, sem negar a existência de outros. Um deus é escolhido entre vários. . O importante não é saber se determinado deus existe ou não, mas se ele é cultuado. Existem hoje exemplos de monolatria no hinduísmo.

Politeísmo

Em religiões que possuem diversos deuses, é comum estes terem funções distintas, bem como esferas definidas de responsabilidade. A criação de animais e a pesca, o comércio e os diferentes ofícios, o amor e a guerra, podem ter seus próprios deuses. O mundo dos deuses com frequência é organizado da mesma maneira que o dos homens, numa família ou num Estado.

Alguns estudiosos acreditam que as divindades indo-europeias (isto é, indianas, gregas, romanas e germânicas) se estruturam em três classes baseadas na sociedade da época:

  • O monarca (que muitas vezes era também sacerdote);
  • A aristocracia (os guerreiros),
  • Os artesãos, agricultores e comerciantes.

Era comum as pessoas venerarem o deus que ocupava o mesmo lugar que elas na escala social.

Geralmente o deus supremo é o deus do céu. Isso não implica que ele habite o céu, mas que se revele no firmamento e nos fenômenos associados à abóbada celeste.

Em muitas religiões o deus do céu faz par com uma divindade feminina. A imagem do casal Céu e Mãe Terra é de fácil compreensão para uma sociedade agrária. A terra é fértil e dá o alimento ao homem, mas só depois de receber sol e chuva do céu.

Além dos “deuses-reis”, familiares para nós porque se encontram na mitologia clássica e na germânica, há uma grande quantidade de deuses menores e espíritos em volta de nós que são patronos de determinadas doenças ou de certas profissões.

Panteísmo

O panteísmo é uma crença que difere tanto do monoteísmo como do politeísmo. Aqui a principal convicção é que Deus, ou a força divina, está presente no mundo e permeia tudo o que nele existe. O divino também pode ser experimentado como algo impessoal, como a alma do mundo, ou um sistema do mundo. O panteísmo costuma ser associado ao misticismo, no qual o objetivo do mortal é alcançar a união com o divino.

Animismo e crença nos espíritos

Em muitas culturas prevalece a crença de que a natureza é povoada de espíritos. Isso se chama animismo, da palavra latina animus, que significa “alma”, “espírito”. Em certa época os estudiosos da religião pensavam que o animismo havia sido a base de toda a religião e que mais tarde ele se transformou, via politeísmo, em monoteísmo. Mas essa é apenas uma teoria. O que é certo é que o animismo impera em várias sociedades.

Em nossa própria cultura a noção de espírito está presente em muitas criaturas relacionadas com as forças naturais: espíritos das águas, duendes, fantasmas e sereias.

Os espíritos dos mortos também continuam a desempenhar um importante papel na África, na América Latina, na China e no Japão.

Normalmente as características dos deuses são mais individualizantes e definidas com mais clareza que as dos espíritos. E as divindades em geral têm nome. Mas em inúmeros casos é difícil distinguir de imediato entre deuses, antepassados e espíritos. Todos são expressões da força sobrenatural que banha a existência. A ideia de uma força ou um poder que regula todos os relacionamentos na vida humana e na natureza predomina sobretudo nas religiões primais. Os historiadores da religião costumam usar o vocábulo polinésio mana para descrever essa força, que precisa ser controlada ou aplacada.

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