Outros participantes nas religiões tradicionais africanas

O papel do chefe ou rei muitas vezes inclui as funções de sacerdote, mas há também uma série de outros participantes religiosos:

  • curandeiros;
  • adivinhos;
  • oráculos;
  • profetas;
  • magos fazedores de chuva;
  • etc

Curandeiros

Nganga é uma palavra empregada entre os povos de idioma banto, no Sul da África, e pode ser traduzida simplesmente por “médico” ou “doutor”. O nganga é bastante familiarizado com muitas das causas físicas das doenças, e utiliza ervas e plantas da medicina popular em sua prática médica. O tratamento, porém, costuma ser acompanhado de amuletos e fórmulas mágicas para controlar os espíritos maus. É uma crença comum a existência de “bruxas” e “feiticeiros”, pessoas que tentam fazer mal aos outros usando, por exemplo, a magia negra. A tarefa do curandeiro é anular o feitiço, possivelmente empregando os mesmos métodos mágicos.

Adivinhos

Os adivinhos são especialistas em interpretar as mensagens dos espíritos. Alguns curandeiros são adivinhos e empregam suas técnicas para fazer diagnósticos. Mas os adivinhos também podem aconselhar sobre o que fazer numa determinada situação ou sobre como apaziguar a ira dos deuses.

Há uma infinidade de técnicas empregadas pelos adivinhos.

Não se trata apenas de algo como tirar a sorte com números ou jogar cara-ou-coroa. O adivinho considera que a resposta obtida é uma mensagem vinda dos espíritos ou dos deuses. Mas eles também podem se manifestar diretamente, por intermédio de certos indivíduos especiais. Usando a música e a dança, esses indivíduos entram em transe e ficam “possuídos” por um espírito, que se faz conhecer e pode ser interrogado pela pessoa que está possuída. Tais indivíduos são valiosos conselheiros na comunidade e desfrutam de um status elevado no culto. Outros atuam como profetas independentes

Magia

A magia é definida como “a capacidade de influenciar os acontecimentos aliciando os seres espirituais ou ativando forças naturais ocultas”. Muitas sociedades tribais africanas têm fazedores de chuva. Eles usam a chamada magia homeopática quando querem que chova ou quando querem que a chuva cesse. Se querem chuva, podem, por exemplo, imitar seu ruído despejando água numa peneira. Podem também saltitar agachados, coaxando, como fazem os sapos quando chove.

A magia homeopática se baseia no princípio “semelhante atrai semelhante”. Acredita-se na existência de uma conexão entre dois fenômenos que se parecem. Se se cria uma situação de chuva, a chuva necessariamente tem que cair.

Outro tipo é a magia de contágio, a qual age segundo o princípio de que há uma conexão entre as partes e o todo. Se, por exemplo, alguém possui algo — uma peça de roupa, alguns fios de cabelo ou um fragmento de unha — que pertence a um inimigo, terá poder sobre este. Se qualquer uma dessas coisas for agredida, seu possuidor também sofrerá. É igualmente comum considerar que o nome é parte da pessoa. Assim, em muitos lugares as pessoas receiam dizer seu nome, temendo que alguém possa utilizá-lo para fazer mal a elas.

Ritos de passagem

Alguns especialistas religiosos são responsáveis pela vida ritual. De especial importância são os ritos de passagem associados com o nascimento, a morte, a puberdade e o casamento.

Quando os meninos da tribo passam da infância para a idade adulta, devem se submeter aos chamados ritos da puberdade.


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