Para a vida diária o budismo tem cinco regras de conduta:
- Não fazer mal a nenhuma criatura viva;
- Não tomar aquilo que não lhe foi dado (não roubar);
- Não se comportar de modo irresponsável nos prazeres sensuais;
- Não falar falsidades;
- Não se entorpecer com álcool ou drogas.
Essas regras de conduta costumam ser chamadas de cinco mandamentos, porém o budismo não reconhece nenhum ser superior capaz de dar ordens à humanidade sobre como viver. Aas regras não dizem “farás isso” ou “não farás aquilo”. Elas são formuladas da seguinte maneira: “Tentarei ensinar a mim mesmo a não fazer mal a nenhuma criatura viva”.
Não fazer mal a nenhuma criatura viva
Esta é considerada a mais importante das cinco virtudes. Nem um outro ser humano nem os animais devem ser prejudicados.
O ser humano é o mais importante, já que é superior aos animais. Os budistas consideram o pacifismo um ideal, embora nem todos os budistas sejam pacifistas. Entretanto, um texto budista afirma que o soldado profissional que morrer em batalha renascerá no inferno ou então como animal.
Para o budista, a vida começa na concepção; desse modo, o aborto infringe essa primeira regra. Só que os métodos anticoncepcionais normalmente são permitidos.
O suicídio também é uma violação da regra, mas não se a pessoa sacrificou sua vida por outra vida.
Não há um vegetarianismo coerente no budismo, ainda que muitos monges excluam a carne de sua dieta. Supõe-se que Buda também concordou que se comesse carne, desde que a pessoa estivesse certa de que o animal não fora morto especialmente para ela.
Não tomar aquilo que não lhe foi dado (não roubar)
Isso não se refere simplesmente ao roubo, mas também à trapaça de todos os tipos.
Não se comportar de modo irresponsável nos prazeres sensuais
Essa regra se refere às atividades sexuais que podem prejudicar os outros: estupro, incesto e adultério. A atitude para com o adultério varia segundo os costumes locais. Já o homossexualismo é sempre considerado uma quebra dessa regra.
Essas três primeiras regras se relacionam às atividades humanas e se incluem no item “perfeita conduta” do caminho das oito vias.
Não falar falsidades
A verdade é extremamente importante no budismo, mas essa regra não trata apenas da mentira. Ela também alerta contra as respostas maldosas, a fofoca, a ira e as conversas fúteis. O homem deve falar com seus semelhantes de modo verdadeiro, amigável e devotado. Até mesmo ficar em silêncio faz parte da perfeita fala.
Não se entorpecer com álcool ou drogas
Ficar entorpecido ou embriagado implica não poder se concentrar nas regras que devem ser seguidas. O budismo não é tão rigoroso contra o álcool quanto o islã.
Outras regras mais restritas
Em certos períodos, alguns leigos se submetem a uma disciplina mais estrita. Alguns vão mais longe, seguindo as mesmas regras que se aplicam aos monges e monjas noviços. Nesse caso, as cinco regras passam a incluir, por exemplo, a abstinência sexual (celibato).
Há também outras cinco regras:
- Não comer em horas proibidas (por exemplo, após o meio-dia);
- Afastar-se de todos os divertimentos mundanos;
- Abdicar de todos os luxos (como joias, perfumes, etc.);
- Não dormir numa cama macia nem larga;
- Não aceitar nem possuir ouro, prata ou dinheiro.
O valor da doação no budismo
Uma das coisas mais positivas que um budista pode fazer é dar presentes. Isso significa sobretudo fazer doações para as sociedades monásticas, que dependem totalmente da caridade dos leigos. Tais presentes elevam o carma da pessoa. Mas dar com a intenção de obter algo em troca não basta. Quanto mais puro o motivo para dar, melhor carma trará.
Buda exortava os que desejavam lhe querer bem a querer bem aos doentes. Muitos mosteiros se empenham em trabalhos humanitários. Os budistas se preocupam especialmente em cuidar dos moribundos. A morte é um momento decisivo em relação ao nascimento; portanto, o objetivo é ter uma boa morte.
O casamento e o papel das mulheres no budismo
O casamento não é sagrado para os budistas, mas apenas um tipo de acordo entre as partes. Por esse motivo os monges não celebram casamentos. No Japão, quando os budistas se casam, procuram um sacerdote xintoísta. O divórcio, embora ainda pouco comum na maioria das culturas budistas, também não é uma questão religiosa.
O marido deve mostrar respeito para com sua mulher, e esta, por sua vez, deve cumprir seus deveres domésticos.
Normalmente se considera menos vantajoso renascer como mulher do que como homem.